terça-feira, 26 de setembro de 2017

Colégio dos Bombeiros conquista 34 medalhas e bate marca histórica na Olimpíada Brasileira de Astronomia


    Com o resultado o CMCB obtém o melhor desempenho do ano entre as escolas da rede pública estadual e municipal de Fortaleza. Além disso, só com as condecorações desta edição, o colégio supera em 30% o total de medalhas que havia conquistado nas oito edições anteriores da competição organizada pela Agência Espacial Brasileira.


    Aos 12 anos, Samuel Lima da Silva pode não se destacar pela estatura, mas os sonhos, esses transcendem o firmamento: “Quero ser astronauta!”, fala sem titubear. No que depender do desempenho dele na 20ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), a meta pode não estar tão distante assim. Com a nota 9,35, em sua segunda participação na olimpíada, o aluno, que cursa o 7° Ano do Ensino Fundamental no CMCB, foi um dos quatro medalhistas de ouro da escola neste ano. “O sonho de ser astronauta me faz pensar nos limites da vida. Até agora, o que se sabe é que apenas a Terra abriga vida. A astronomia me ajuda a compreender a grandeza do espaço e a pequenez da Terra comparada a ele. Ou seja, se a Terra é minúscula, tem sim chance de ter vida em outros objetos espaciais”, explica.

    Os alunos do CMCB participam da OBA desde 2009. De lá para cá, à exceção do ano de 2013, sempre houve pelo menos um medalhista da escola na competição. Mas os resultados deste ano representam uma curva substancialmente fora da média. “Até hoje, vínhamos numa média de três medalhas por ano. As 34 medalhas desta edição representam um desempenho mais de 1100% superior a essa média e são consequência de um trabalho diferenciado que teve início em 2016 na escola e agora começa a dar frutos”, explica o primeiro-tenente João Romário Fernandes Filho, professor de Astronomia do CMCB.


    Desde 2009, os alunos interessados tinham aulas em horários extras, como sábado pela manhã, voltadas para a Olimpíada. Por se tratar de uma atividade extracurricular, fosse por dificuldade de ir até o colégio aos finais de semana, fosse por mero desinteresse, a adesão dos alunos era relativamente baixa. No ano passado, porém, graças à iniciativa do então coordenador pedagógico do CMCB, tenente-coronel Francisco Albert Einstein Lima Arruda, a Astronomia tornou-se uma disciplina curricular no 8º Ano do Ensino Fundamental. “Queríamos colocar os alunos do Ensino Fundamental em contato com a Astronomia logo antes do momento em que eles começassem a estudar Física, para que o interesse despertado pelo estudo do Universo os motivasse a enfrentar a Física sem preconceito, com vontade real de aprender”, revela o oficial.

    Inicialmente, o material didático utilizado baseava-se num livreto de perguntas e respostas sobre o tema produzido pelo Instituto Federal do Ceará. Em 2017, o tenente Romário, que é especialista em Ensino de Astronomia, optou por produzir um material próprio, especificamente baseado no programa da OBA, nível 3, e elaborado em linguagem voltada para os alunos do Ensino Fundamental II, que são os participantes deste nível. “Decidimos fazer com que o primeiro bimestre da disciplina, que passou do 8º para o 7º ano, fosse totalmente direcionado para a OBA. Foi uma forma de estabelecer uma meta de trabalho e colocá-la como um desafio para todos os alunos da série”, explica o tenente Romário.


    Além de 26 alunos do 7º ano, que estudam regularmente Astronomia, há entre os medalhistas do CMCB outros oito alunos das demais séries do Fundamental II, que, mesmo sem ter tido aulas formais de Astronomia, estudaram por conta própria. “Eu estudei principalmente através dos materiais enviados pelo professor e, durante as tardes pré-prova, à medida que terminava um assunto ia resolver os TDs de revisão, além das pesquisas que eu fazia constantemente”, explica o aluno Rennan Gabriel Ferreira Ribeiro, do 8º ano, que ganhou medalha de prata em sua primeira participação na OBA.


Astronomia para a comunidade

    No último dia 21 de agosto, por ocasião do eclipse parcial do Sol, uma equipe composta por professor, monitores e alunos doCMCB montou uma estrutura especial na escola para garantir ao máximo de participantes a possibilidade de contemplar a ocultação gradual do Sol pela Lua. Dispostos em cinco pontos de apoio, dez alunos medalhistas da OBA ficaram responsáveis por esclarecer o público sobre o fenômeno e também por distribuir filtros especiais de observação. Cada pessoa podia ficar até três minutos com o instrumento em mãos para observar o Sol, devolvendo-o em seguida, de forma que outro pudesse fazer a observação. Cerca de 200 pessoas participaram do “observaço”.

A OBA

    Distribuída em quatro níveis - 1 (do 1º ao 3º anos do EF), 2 (4º e 5º anos do EF), 3 (do 6º ao 9º anos do EF) e 4 (do 1º ao 3º anos do EM) - a competição visa a popularizar o conhecimento e fomentar a prática pedagógica nesse campo, estimulando o interesse dos estudantes pela ciência. As provas são compostas por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. No nível 1, as questões são mais simples, envolvendo, por exemplo, indicar numa lista de opções que objeto celeste está mais perto da Terra entre desenhos do Sol, da Lua e de outros planetas. As perguntas, no entanto, vão aumentando em complexidade e dificuldade à medida que os níveis avançam na escolaridade até o nível 4, em que os alunos do ensino médio devem mostrar um conhecimento mais aprofundado sobre Astronomia, envolvendo Física e Matemática.
 

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